(Foto com o intuito de mostrar que Visibilidade Trans é mesmo todos os dias.)
Novamente, a Lady Trotsky anda demorando demais para postar e isso se deve ao fato de que tive trabalho nas últimas semanas e também porque essa dama teimosa que vos fala está tentando se firmar como afiliada na Twitch, uma plataforma voltada a lives, que vão desde culinária até vídeo games (eu andei revivendo essa antiga paixão que nunca pôde ir adiante por falta de recursos e só agora estou retomando).
Só que como nada é absurdamente simples, o meu computador está longe de ser um ideal para esse tipo de prática e eu tenho tido problemas técnicos frequentes envolvendo travamentos e congelamentos de imagem. Mas nada que me faça desistir desse objetivo embora não tenha planos de me profissionalizar nesse momento porque isso demandaria um recurso que eu não tenho.
Sem contar que estou em séria falta de postagens sobre o meu universo literário e os reviews e resenhas que eu disse que faria, mas não é sempre que estou inspirada como deveria e também, são tantas ideias para por no papel e tanto a assistir que muitas vezes fico sem saber bem o que fazer. E não é nada incomum isso me deixar desanimada e minar minha vontade de fazer algo.
Bem, embora estejamos na metade de Fevereiro e Janeiro seja oficialmente considerado o mês da Visibilidade Trans, essa visibilidade é todo o dia, afinal, pessoas transexuais fazem parte da sociedade e como tal, deveriam ser respeitadas e ter mais oportunidades de uma educação de qualidade, se inserirem no mercado de trabalho, se divertirem, saírem, ou seja, viver a vida que qualquer de nós tem o direito.
Razão pela qual eu decidi entrevistar uma streamer trans que eu sigo tem um tempo, a 3unny 3brazil, que além de uma excelente streamer, é uma pessoa maravilhosa, acolhedora e acessível. Conheçam-na melhor na entrevista abaixo.
1 - Quem é a pessoa 3unny 3razil por trás da streamer? Eu, Tássia por trás das câmeras, sou uma mulher trans, mãe de dois meninos, amante dos animais, atualmente com quatro gatos e três cães em casa. Demorei bastante pra encontrar um ramo que me apaixonasse, tentei várias formas de tocar a vida, mas na stream acabei me encontrando. Passei por um longo processo para ter direito a guarda de meu primeiro filho, o que me deixou sempre com muito medo de perdê-los. Hoje sou uma mulher simples, vivendo uma vida simples, a quatro anos lutando nesse mundo das streams para me firmar profissionalmente e ter nisso um emprego seguro e viável.
2
- Quando a 3unny descobriu que sempre foi uma mulher? Como foi o processo? Na
verdade, desde meus doze anos, já sabia que eu era uma mulher. Um dia qualquer,
no ano de 1997, quando estava falando de presente com meu pai e pedi a ele um
brinquedo específico, recebi a resposta: "Mas isso é brinquedo de
menina". Foi quando comecei a analisar minha infância e percebi que por
várias vezes, me segurava para não fazer várias coisas que queria, por que
sabia que eram taxadas como "de menino" ou "de menina", e
muitas das que eu queria e gostava eram sempre "de menina", então me
segurava e policiava várias vezes para não transparecer. Naquele dia, porém,
percebi que as vezes, acabava por deixar escapar e algumas coisas que eu achava
serem "normais" para um menino, na verdade não eram.
Porém
foram longos anos me segurando e tentando viver uma vida que não era a minha,
não era a Tássia, isso por medo, era outra época, LGBTQIA+ sequer existia,
trans eram raras, homossexuais ainda eram tabu. Por vir de família mineira e
católica, passei por muitas lutas internas de evitar me assumir por medo do
julgamento e não aceitação familiar. Meu pai, sempre muito católico e com
valores antigos, sempre achei que nunca aceitaria. Até o ponto que não aguentei
mais e me abri com meus pais. Minha mãe, sempre foi uma pessoa sem
preconceitos, como um menino mente aberta e amigável, meu pai teve algumas
dificuldades no início, demorou a aceitar. Fiz uma transição até bem tardia,
acima dos 25 anos. O que de início, realmente foi bem conturbada pela relação
com a família, porém hoje, meus pais meu aceitam totalmente, sem preconceito
algum, muitos membros da minha família me aceitaram, aqueles que não, me
distanciei. Inclusive tenho um primo trans, pois recentemente se descobriu um
menino, ainda bem jovem, mas que me procurou para desabafar e entender um pouco
melhor sobre ele mesmo.
3
- Houve algum momento muito difícil no período da transição? Momentos difíceis,
foram alguns, mas não vou dizer que foram poucos e nem que foi durante todo o
período. O início é sempre muito conturbado, toda a aceitação familiar, a aceitação
própria, o medo de sair na rua e sofrer preconceito. Mas sem dúvida alguma, o
momento mais difícil foi o processo pela guarda de meu filho mais velho.
Infelizmente, a justiça, pelo menos no meu caso, se mostrou bem matriarcal e
preconceituosa, tudo para a mãe e nada para (no meu caso) A pai. Fora o
preconceito claro pela transição de gênero, ao ponto que a outra parte do
processo tentou utilizar esse fator como motivo para me mostrar não apta a ter
a guarda de uma criança. O que graças a minha advogada principal, que conseguiu
contornar o discurso, deixando claro que isso não interfere em nada na criação
de um filho, foi descartado, até o ponto que a outra parte decidiu oferecer um
acordo, no qual eu teria a guarda compartilhada, o que aceitei de imediato!
Fiquei um ano nesse processo, vendo meu filho aos sábados das 8h até as 13h, só
queria terminar logo aquilo e poder vê-lo livre e constantemente.
4
- Quando surgiu a ideia de se tornar streamer de videogame? O que isso
significou para ti? A ideia veio após o processo. Durante todo esse ano, acabei
me isolando totalmente de toda vida social, trancada em casa, em período bem
depressivo. Fora o fato que precisei me mudar para a mesma cidade que a outra
mãe dele morava, pois a única forma de garantir guarda compartilhada, é se as
duas partes moram no mesmo município. Sendo assim, após o final do processo,
estva bem solitária, havia perdido contato com os amigos, me isolado bastante,
quase zero contato social, então decidi voltar a frequentar a twitch (algo que
não fazia a alguns anos já), como viewer e interagir. Vendo os streamers que
costumava assistir, acabei tendo a idéia de estrear um canal e interagir ainda
mais. Sempre tive um lado muito sociavel que gosta de conversar, amizades,
contato humano, e isso poderia me ajudar muito. Jogos também semrpe foram uma
paixão, iniciei num Atari, jogando Q-bert, Pitfall, Enduro e Frogger, e de lá
nunca mais parei com os jogos eletrônicos. Então, uniria o útil ao agradável. Nesse
ponto em diante criei a streamer 3unny3razil, comprei alguns periféricos
básicos e abri minha primeira live no dia 5 de abril de 2018. Naquela época
ainda tinha investimentos e trabalhava operando ações de casa, pois tive
experiência profissional nesse ramo anteriormente. Porém, depois de todos os
gastos no processo, mais as contas por uma mudança inesperada e as pressas, as
operações já não me sustentavam totalmente, e aos poucos precisei mais e mais
focar em profissionalizar a stream e torná-la de uma diversão e
ressocialização, em um emprego.
Me
tornar streamer foi um sonho se tornando realidade que eu sequer sabia que
tinha. Como experimentar algo que nem imaginamos que exista, sentir um prazer
enorme e tornar aquilo de algo desconhecido para umas das coisas preferidas na
vida. Consegui unir todas as minhas paixões em apenas um local e um emprego.
Uma
vez, um ex-chefe me disse que o segredo do sucesso profissional não era fazer o
que ama, mas amar o que faz. E hoje acho que ele estava certo. Se trabalharmos
com algo que amamos, aquilo se torna obrigação e perde muito do valor que temos
por hobbie, mas se conseguimos unir muito do que gostamos em nosso dia-dia
profissional, e amarmos o que fazemos, tudo fica muito mais simples e menos
trabalhoso. Lógico que não é apenas sunshine and rainbows, tem muitos
obstáculos e dificuldades, dias ruins e tempestades no caminho, mas em quase 4
anos como streamer, esse foi o primeiro ano que me permiti tirar 10 dias de
folga no fim do ano, algo que antes nunca havia feito, as vezes folgava um dia
aqui, outro ali, mas "férias"? Nunca, e apesar de sentir muito de não
poder ficar dias de férias com meus filhos nesses 3 primeiros anos, pois ainda
não podia me dar ao luxo de parar com o canal por vários dias seguidos e perder
a renda que vinha de lá. Nunca tive um dia sequer que acordei sem ânimo para
trabalhar, reclamando que precisaria e terminei sem ver a hora de "chegar
em casa" ou apertar o botão de parar de transmitir no caso. Houveram sim
dias que não acordava com vontade abrir live, mas sempre me animava durante
esta e terminava o dia bem, fazendo 10, 12 horas seguidas, ou dias ao contrário
que abria bem, porém precisava fechar mais cedo pois percebia que ficava
abatida, mas nunca passou pela minha cabeça a vontade de querer estar em outro
emprego.
5
- De onde veio o nickname 3unny 3razil? 3unny3razil na verdade é uma história
bem simples. Sempre fui apaixonada por peças de roupa de tricô, mesmo antes da
transição, apaixonada por casacos de pele (porém deixo claro que os sintéticos,
sou contra peças de roupas vindas da morte ou sofrimento de animais, até evito
produtos de marcas que fazem testes em animais). Isso por que, cresci admirando
em filmes, livros e séries, as famosas figuras Femme Fatale, todas sempre
glamurosas, com postura elegante e independente, fora os figurinos clássicos e
radiantes. E por usar muitas peças de tricô no dia-a-dia, blusinhas felpudas,
cachecóis de pele sintética, meus amigos brincavam que durante as épocas frias
eu parecia uma coelha, por que estava sempre "felpuda", e disso veio
o costume de me chamarem de Coelha, Coelhinha... Quando fui criar o canal,
resolvi usar esse apelido, porém, na época, eu frequentava bastante um chat
americano exclusivo para trans poderem covnersar e trocar experiências, achei
que teria uma audiência americana e faria streams em inglês, afinal, muitos de
lá me apoiaram na minha decisão de fazer stream, por isso o Coelha, virou
Bunny. O BraZil com Z veio junto por dois motivos, um por que acreditava que
teria um público maior estrangeiro, e dois por que para fazer algo diferente,
de alguma forma, quis utilizar o 3 no lugar do B, e para facilitar a leitura e
entenderem Bunny ao invés de Sunny, ficaria mais fácil se entendessem que o
segundo 3 é B de Brazil, logo, o primeiro também seria.
Para
minha surpresa, já tinha feito tantos colegas e amigos na twitch, que meus
primeiros dias de live foram agraciados com muitas raids de amigos, muitas
pessoas chegando, e o chat rodando todo em português, dai em diante, abandonei
a ideia das streams em inglês e foquei no português, mas o nick ficou.
6
- Foi um espanto muito grande quanto tu se tornou mãe? Algum episódio muito
complicado nesse ponto? Na verdade não, eu sempre quis um filho, e quando penso
sobre meu passado, vejo que um dos motivos também de ter adiado minha
transição, foi justamente por que oscilava entre ter filhos ou transicionar,
afinal de contas, naquela época, transição já era tabu, trans com filho então,
era inimaginável. Era algo que eu queria, meu primeiro filho veio sem surpresa
alguma, inclusive foi um motivo de muita comemoração, pois era eu Tássia,
mulher e além de mulher trans, mãe! O único episódio complicado nesse tópico
foi mesmo o processo, que como falei antes, foi algo impactante em minha
transição, pois tudo ocorreu em paralelo, então esse episódio complicado afetou
nas duas pontas, trnasição e ter um filho sendo uma mãe trans.
7
- Tu tem alguma playlist especial que te defina? Uma playlist efetivamente
montanda, não tenho, mas poderia montar uma com algumas músicas que marcaram
muito certas épocas de minha vida. Sempre tive uma ligação muito forte com a
música, e meu humor oscila bastante com o que estou ouvindo, se estou triste,
ouço músicas alegres que me animam, se estou eufórica e ansiosa, músicas calmas
e românticas para relaxar. Tiveram algumas músicas específicas que me marcaram
demais durante toda minha vida, principalmente durante as fases de transição e
processo pela guarda.
Quanto
as músicas, tem muitas, como falei, sou muito influenciada por música e ritmos,
tem o poder de me influenciar positiva ou negativamente, porém três músicas sem
dúvida marcaram muito minha vida, a mais importante de todos é Monica - For you
I Will, essa música, semrpe fui apaixonada pela letra e em meio a todo processo
judicial pela guarda do meu mais velho, sempre que o visitava, cantava para
ele, ele ainda bebê, mal falava, sequer entendia, mas gostava da melodia,
acompanhava e abria um enorme sorriso. Marcou muito para mim e até hoje choro
quando escuto essa canção. As outras duas, também importantes, são Eminem - Not
Afraid e Taylor Swift - Shake it off. Estas duas foram relacionadas a minha transição, a primeira ouvi muito no início, e sempre me deu forças para
enfrentar os obstáculos, a segunda foi um pouco depois, já quando enfrentava
preconceito, na família ou mesmo na rua, ainda em poucos meses de hormonização,
foram alguns preconceitos que enfrentei e essa música me ajudava a aliviar e
aprender a ser feliz sendo quem sou.
8
- Algum livro que tu queira indicar? Por que? Julieta, de Anne Fortier.
Um livro de romance e suspense, uma história bem contagiante, porém o que mais
me marcou sem dúvida, foi o fato de ter sido o primeiro livro que lí após
oficialmente transicionada. Quando passei por tudo, enfrentei tudo e finalmente
sai no mundo sendo quem eu era, quando finalmente fiquei em paz comigo mesma,
foi o primeiro livro que lí, e por isso, criei um valor afetivo muito grande.
9
- Um filme do qual tu goste e porque: A Vida é Bela foi um filme que me
marcou demais quando assisti. Histórias de superação, e filmes com pequenos
atos de heroísmo em meio ao pandemônio, sempre me prenderam a atenção. Não me
interesso muito por super-heróis e lutas fantásticas, mas pela simplicidade as
vezes de pequenos atos e da importância de alguns detalhes, e como podem interferir
e afetar nossas vidas. Sou adepta do famoso "a felicidade está nas
pequenas coisas da vida", e a forma como o filme retrata tudo que aquele
pai fez por seu filho, coisas "bobas", "detalhes" que
mudaram totalmente a vida dele, faz da personagem principal um herói para mim.
E mais tarde, por muitas vezes, me vi no lugar da personagem de Roberto
Benigni, quando precisava estar com meu filho e sorrir, fingir que estava tudo
bem, inventar motivos para ele entender que eu só voltaria na outra semana, mas
garantir que voltaria e não demonstrar nada daquilo que realmente ocorria nos
bastidores. Isso em meio a todas as notícias de processo, medo de uma decisão
contrária, incertezas se eu poderia ser uma mãe para ele ou se continuaria para
sempre naquela rotina.
10
- Teu jogo favorito e porque: Star Wars: Rebellion, um grand strategy
multiplayer que passei muitas horas de minha pré-adolescência jogando com meu
irmão. Começávamos a jogar sexta à noite, e ficávamos o final de semana inteiro
naquilo, as vezes as partidas não acabavam e precisávamos adiar para o próximo
final de semana. Foi muito marcante aquela época. Eu quando migrei para o pc,
vinda dos consoles, joguei muito RTS, chegando a jogar no cenário competitivo, Starcraft,
Warcraft, Age of Empires, entre outros. Eu e meu irmão, jogávamos
muitas coisas juntos, ele sempre me vencia nos jogos de corrida e luta e eu nos
RTS. Quando descobrimos SW: Rebellion, ficamos viciados e jogamos por
diversas vezes várias campanhas e sempre foi um jogo equilibrado entre nós
dois. Sem dúvida o que mais "perdemos" horas jogando.
11
- Alguma série (ou séries) favoritas? Por que? Não sou muito de acompanhar
séries, foram poucas que efetivamente assisti do começo ao fim, prefiro
documentários, e se fosse para sugerir um, seria Cosmos, tanto a versão
original, quanto a nova. Mas tiveram algumas séries que me marcaram minha
infância e adolescência, como Full House, Step by Step, que
acompanhei ainda na pré-adolescência, e um pouco mais tarde, Friends, Seinfield
e o programa de comédia Who's line is is Anyway.
12
- Um quadrinho que tu goste. Por que? Cresci lendo mais livros que quadrinhos,
por uma época em minha infância, ganhei uma assinatura da Abril das HQs do
Homem-Aranha, mas pouco lia, não é um hobby que me prenda.
13
- Alguma dica para quem está transicionando de gênero? Não tenha medo, sim é
difícil, sim tem muitos obstáculos, problemas, mas o prazer de ser quem você
realmente é, a felicidade de viver sua vida de verdade, é muito melhor que
qualquer problema que possa aparecer. Procure ajuda de pessoas que passaram por
isso, eu mesma sempre recebo e tento o melhor para ajudar pessoas trans que
aparecem em minha live, pelo menos em minha experiência, muitas pessoas trans,
estão dispostas a ajudar outras que acabam se descobrindo parte da sociedade.
14
- Alguma dica para quem está começando a fazer stream de games? Não ache que é
fácil, muito menos que é apenas abrir jogos e jogar por diversão. Viver de stream
é trabalhoso, muitas vezes precisamos jogar o que não queremos, e o que
queremos não se torna atrativo para o público. Aprendi que existem dois tipos
de streamers, Showman e Pro-Players. O primeiro não é
excelente em nenhum jogo, mas entretêm sua audiência com sorrisos, é divertido,
comunicativo, o segundo é muito bom no jogo que joga e atrai sua audiência por
suas capacidades. Independente do que for, saiba que é um mercado saturado, é
complicado, eu estou no ramo a quase 4 anos e ainda não me firmei totalmente, mas
alguns, lógico, tem sorte e ou capacidade de fazer isso num período muito mais
curto. Para mim, infelizmente demorou e para a grande maioria demora também,
não largue seu emprego, nem seu estudo totalmente, comece como diversão, hobby,
e se perceber que seu crescimento é maior que a média dos outros, ou se destacou
por algo, aí sim é o momento para investir nisso totalmente. Só tome cuidado
para não tornar sua paixão em obrigação e com isso, perder o ímpeto na
profissão.
15
- Um recado final aos leitores: Obrigada a todos que fizeram parte desses 4
anos de live e todos que futuramente virão e farão. Obrigada Lady Trotsky pela
entrevista e pelo carinho, e por mais que seja uma frase clichê, lutem por seus
sonhos! É difícil, tem problemas e obstáculos, e sim, as vezes algumas coisas
não podem ser alcançadas, infelizmente, mas somos seres adaptáveis, nem sempre
é exatamente como queremos, mas ainda assim tem como ser prazeroso!
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