terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

[Visibilidade Trans é todos os dias] Entrevista: 3unny 3razil

 


(Foto com o intuito de mostrar que Visibilidade Trans é mesmo todos os dias.)

Novamente, a Lady Trotsky anda demorando demais para postar e isso se deve ao fato de que tive trabalho nas últimas semanas e também porque essa dama teimosa que vos fala está tentando se firmar como afiliada na Twitch, uma plataforma voltada a lives, que vão desde culinária até vídeo games (eu andei revivendo essa antiga paixão que nunca pôde ir adiante por falta de recursos e só agora estou retomando).

Só que como nada é absurdamente simples, o meu computador está longe de ser um ideal para esse tipo de prática e eu tenho tido problemas técnicos frequentes envolvendo travamentos e congelamentos de imagem. Mas nada que me faça desistir desse objetivo embora não tenha planos de me profissionalizar nesse momento porque isso demandaria um recurso que eu não tenho.

Sem contar que estou em séria falta de postagens sobre o meu universo literário e os reviews e resenhas que eu disse que faria, mas não é sempre que estou inspirada como deveria e também, são tantas ideias para por no papel e tanto a assistir que muitas vezes fico sem saber bem o que fazer. E não é nada incomum isso me deixar desanimada e minar minha vontade de fazer algo.

Bem, embora estejamos na metade de Fevereiro e Janeiro seja oficialmente considerado o mês da Visibilidade Trans, essa visibilidade é todo o dia, afinal, pessoas transexuais fazem parte da sociedade e como tal, deveriam ser respeitadas e ter mais oportunidades de uma educação de qualidade, se inserirem no mercado de trabalho, se divertirem, saírem, ou seja, viver a vida que qualquer de nós tem o direito.

Razão pela qual eu decidi entrevistar uma streamer trans que eu sigo tem um tempo, a 3unny 3brazil, que além de uma excelente streamer, é uma pessoa maravilhosa, acolhedora e acessível. Conheçam-na melhor na entrevista abaixo.

1 - Quem é a pessoa 3unny 3razil por trás da streamer? Eu, Tássia por trás das câmeras, sou uma mulher trans, mãe de dois meninos, amante dos animais, atualmente com quatro gatos e três cães em casa. Demorei bastante pra encontrar um ramo que me apaixonasse, tentei várias formas de tocar a vida, mas na stream acabei me encontrando. Passei por um longo processo para ter direito a guarda de meu primeiro filho, o que me deixou sempre com muito medo de perdê-los. Hoje sou uma mulher simples, vivendo uma vida simples, a quatro anos lutando nesse mundo das streams para me firmar profissionalmente e ter nisso um emprego seguro e viável.

2 - Quando a 3unny descobriu que sempre foi uma mulher? Como foi o processo? Na verdade, desde meus doze anos, já sabia que eu era uma mulher. Um dia qualquer, no ano de 1997, quando estava falando de presente com meu pai e pedi a ele um brinquedo específico, recebi a resposta: "Mas isso é brinquedo de menina". Foi quando comecei a analisar minha infância e percebi que por várias vezes, me segurava para não fazer várias coisas que queria, por que sabia que eram taxadas como "de menino" ou "de menina", e muitas das que eu queria e gostava eram sempre "de menina", então me segurava e policiava várias vezes para não transparecer. Naquele dia, porém, percebi que as vezes, acabava por deixar escapar e algumas coisas que eu achava serem "normais" para um menino, na verdade não eram.

Porém foram longos anos me segurando e tentando viver uma vida que não era a minha, não era a Tássia, isso por medo, era outra época, LGBTQIA+ sequer existia, trans eram raras, homossexuais ainda eram tabu. Por vir de família mineira e católica, passei por muitas lutas internas de evitar me assumir por medo do julgamento e não aceitação familiar. Meu pai, sempre muito católico e com valores antigos, sempre achei que nunca aceitaria. Até o ponto que não aguentei mais e me abri com meus pais. Minha mãe, sempre foi uma pessoa sem preconceitos, como um menino mente aberta e amigável, meu pai teve algumas dificuldades no início, demorou a aceitar. Fiz uma transição até bem tardia, acima dos 25 anos. O que de início, realmente foi bem conturbada pela relação com a família, porém hoje, meus pais meu aceitam totalmente, sem preconceito algum, muitos membros da minha família me aceitaram, aqueles que não, me distanciei. Inclusive tenho um primo trans, pois recentemente se descobriu um menino, ainda bem jovem, mas que me procurou para desabafar e entender um pouco melhor sobre ele mesmo.

3 - Houve algum momento muito difícil no período da transição? Momentos difíceis, foram alguns, mas não vou dizer que foram poucos e nem que foi durante todo o período. O início é sempre muito conturbado, toda a aceitação familiar, a aceitação própria, o medo de sair na rua e sofrer preconceito. Mas sem dúvida alguma, o momento mais difícil foi o processo pela guarda de meu filho mais velho. Infelizmente, a justiça, pelo menos no meu caso, se mostrou bem matriarcal e preconceituosa, tudo para a mãe e nada para (no meu caso) A pai. Fora o preconceito claro pela transição de gênero, ao ponto que a outra parte do processo tentou utilizar esse fator como motivo para me mostrar não apta a ter a guarda de uma criança. O que graças a minha advogada principal, que conseguiu contornar o discurso, deixando claro que isso não interfere em nada na criação de um filho, foi descartado, até o ponto que a outra parte decidiu oferecer um acordo, no qual eu teria a guarda compartilhada, o que aceitei de imediato! Fiquei um ano nesse processo, vendo meu filho aos sábados das 8h até as 13h, só queria terminar logo aquilo e poder vê-lo livre e constantemente.

4 - Quando surgiu a ideia de se tornar streamer de videogame? O que isso significou para ti? A ideia veio após o processo. Durante todo esse ano, acabei me isolando totalmente de toda vida social, trancada em casa, em período bem depressivo. Fora o fato que precisei me mudar para a mesma cidade que a outra mãe dele morava, pois a única forma de garantir guarda compartilhada, é se as duas partes moram no mesmo município. Sendo assim, após o final do processo, estva bem solitária, havia perdido contato com os amigos, me isolado bastante, quase zero contato social, então decidi voltar a frequentar a twitch (algo que não fazia a alguns anos já), como viewer e interagir. Vendo os streamers que costumava assistir, acabei tendo a idéia de estrear um canal e interagir ainda mais. Sempre tive um lado muito sociavel que gosta de conversar, amizades, contato humano, e isso poderia me ajudar muito. Jogos também semrpe foram uma paixão, iniciei num Atari, jogando Q-bert, Pitfall, Enduro e Frogger, e de lá nunca mais parei com os jogos eletrônicos. Então, uniria o útil ao agradável. Nesse ponto em diante criei a streamer 3unny3razil, comprei alguns periféricos básicos e abri minha primeira live no dia 5 de abril de 2018. Naquela época ainda tinha investimentos e trabalhava operando ações de casa, pois tive experiência profissional nesse ramo anteriormente. Porém, depois de todos os gastos no processo, mais as contas por uma mudança inesperada e as pressas, as operações já não me sustentavam totalmente, e aos poucos precisei mais e mais focar em profissionalizar a stream e torná-la de uma diversão e ressocialização, em um emprego.

Me tornar streamer foi um sonho se tornando realidade que eu sequer sabia que tinha. Como experimentar algo que nem imaginamos que exista, sentir um prazer enorme e tornar aquilo de algo desconhecido para umas das coisas preferidas na vida. Consegui unir todas as minhas paixões em apenas um local e um emprego.

Uma vez, um ex-chefe me disse que o segredo do sucesso profissional não era fazer o que ama, mas amar o que faz. E hoje acho que ele estava certo. Se trabalharmos com algo que amamos, aquilo se torna obrigação e perde muito do valor que temos por hobbie, mas se conseguimos unir muito do que gostamos em nosso dia-dia profissional, e amarmos o que fazemos, tudo fica muito mais simples e menos trabalhoso. Lógico que não é apenas sunshine and rainbows, tem muitos obstáculos e dificuldades, dias ruins e tempestades no caminho, mas em quase 4 anos como streamer, esse foi o primeiro ano que me permiti tirar 10 dias de folga no fim do ano, algo que antes nunca havia feito, as vezes folgava um dia aqui, outro ali, mas "férias"? Nunca, e apesar de sentir muito de não poder ficar dias de férias com meus filhos nesses 3 primeiros anos, pois ainda não podia me dar ao luxo de parar com o canal por vários dias seguidos e perder a renda que vinha de lá. Nunca tive um dia sequer que acordei sem ânimo para trabalhar, reclamando que precisaria e terminei sem ver a hora de "chegar em casa" ou apertar o botão de parar de transmitir no caso. Houveram sim dias que não acordava com vontade abrir live, mas sempre me animava durante esta e terminava o dia bem, fazendo 10, 12 horas seguidas, ou dias ao contrário que abria bem, porém precisava fechar mais cedo pois percebia que ficava abatida, mas nunca passou pela minha cabeça a vontade de querer estar em outro emprego.

5 - De onde veio o nickname 3unny 3razil? 3unny3razil na verdade é uma história bem simples. Sempre fui apaixonada por peças de roupa de tricô, mesmo antes da transição, apaixonada por casacos de pele (porém deixo claro que os sintéticos, sou contra peças de roupas vindas da morte ou sofrimento de animais, até evito produtos de marcas que fazem testes em animais). Isso por que, cresci admirando em filmes, livros e séries, as famosas figuras Femme Fatale, todas sempre glamurosas, com postura elegante e independente, fora os figurinos clássicos e radiantes. E por usar muitas peças de tricô no dia-a-dia, blusinhas felpudas, cachecóis de pele sintética, meus amigos brincavam que durante as épocas frias eu parecia uma coelha, por que estava sempre "felpuda", e disso veio o costume de me chamarem de Coelha, Coelhinha... Quando fui criar o canal, resolvi usar esse apelido, porém, na época, eu frequentava bastante um chat americano exclusivo para trans poderem covnersar e trocar experiências, achei que teria uma audiência americana e faria streams em inglês, afinal, muitos de lá me apoiaram na minha decisão de fazer stream, por isso o Coelha, virou Bunny. O BraZil com Z veio junto por dois motivos, um por que acreditava que teria um público maior estrangeiro, e dois por que para fazer algo diferente, de alguma forma, quis utilizar o 3 no lugar do B, e para facilitar a leitura e entenderem Bunny ao invés de Sunny, ficaria mais fácil se entendessem que o segundo 3 é B de Brazil, logo, o primeiro também seria.

Para minha surpresa, já tinha feito tantos colegas e amigos na twitch, que meus primeiros dias de live foram agraciados com muitas raids de amigos, muitas pessoas chegando, e o chat rodando todo em português, dai em diante, abandonei a ideia das streams em inglês e foquei no português, mas o nick ficou.

6 - Foi um espanto muito grande quanto tu se tornou mãe? Algum episódio muito complicado nesse ponto? Na verdade não, eu sempre quis um filho, e quando penso sobre meu passado, vejo que um dos motivos também de ter adiado minha transição, foi justamente por que oscilava entre ter filhos ou transicionar, afinal de contas, naquela época, transição já era tabu, trans com filho então, era inimaginável. Era algo que eu queria, meu primeiro filho veio sem surpresa alguma, inclusive foi um motivo de muita comemoração, pois era eu Tássia, mulher e além de mulher trans, mãe! O único episódio complicado nesse tópico foi mesmo o processo, que como falei antes, foi algo impactante em minha transição, pois tudo ocorreu em paralelo, então esse episódio complicado afetou nas duas pontas, trnasição e ter um filho sendo uma mãe trans.

7 - Tu tem alguma playlist especial que te defina? Uma playlist efetivamente montanda, não tenho, mas poderia montar uma com algumas músicas que marcaram muito certas épocas de minha vida. Sempre tive uma ligação muito forte com a música, e meu humor oscila bastante com o que estou ouvindo, se estou triste, ouço músicas alegres que me animam, se estou eufórica e ansiosa, músicas calmas e românticas para relaxar. Tiveram algumas músicas específicas que me marcaram demais durante toda minha vida, principalmente durante as fases de transição e processo pela guarda.

Quanto as músicas, tem muitas, como falei, sou muito influenciada por música e ritmos, tem o poder de me influenciar positiva ou negativamente, porém três músicas sem dúvida marcaram muito minha vida, a mais importante de todos é Monica - For you I Will, essa música, semrpe fui apaixonada pela letra e em meio a todo processo judicial pela guarda do meu mais velho, sempre que o visitava, cantava para ele, ele ainda bebê, mal falava, sequer entendia, mas gostava da melodia, acompanhava e abria um enorme sorriso. Marcou muito para mim e até hoje choro quando escuto essa canção. As outras duas, também importantes, são Eminem - Not Afraid e Taylor Swift - Shake it off. Estas duas foram relacionadas a minha transição, a primeira ouvi muito no início, e sempre me deu forças para enfrentar os obstáculos, a segunda foi um pouco depois, já quando enfrentava preconceito, na família ou mesmo na rua, ainda em poucos meses de hormonização, foram alguns preconceitos que enfrentei e essa música me ajudava a aliviar e aprender a ser feliz sendo quem sou.

8 - Algum livro que tu queira indicar? Por que? Julieta, de Anne Fortier. Um livro de romance e suspense, uma história bem contagiante, porém o que mais me marcou sem dúvida, foi o fato de ter sido o primeiro livro que lí após oficialmente transicionada. Quando passei por tudo, enfrentei tudo e finalmente sai no mundo sendo quem eu era, quando finalmente fiquei em paz comigo mesma, foi o primeiro livro que lí, e por isso, criei um valor afetivo muito grande.

9 - Um filme do qual tu goste e porque: A Vida é Bela foi um filme que me marcou demais quando assisti. Histórias de superação, e filmes com pequenos atos de heroísmo em meio ao pandemônio, sempre me prenderam a atenção. Não me interesso muito por super-heróis e lutas fantásticas, mas pela simplicidade as vezes de pequenos atos e da importância de alguns detalhes, e como podem interferir e afetar nossas vidas. Sou adepta do famoso "a felicidade está nas pequenas coisas da vida", e a forma como o filme retrata tudo que aquele pai fez por seu filho, coisas "bobas", "detalhes" que mudaram totalmente a vida dele, faz da personagem principal um herói para mim. E mais tarde, por muitas vezes, me vi no lugar da personagem de Roberto Benigni, quando precisava estar com meu filho e sorrir, fingir que estava tudo bem, inventar motivos para ele entender que eu só voltaria na outra semana, mas garantir que voltaria e não demonstrar nada daquilo que realmente ocorria nos bastidores. Isso em meio a todas as notícias de processo, medo de uma decisão contrária, incertezas se eu poderia ser uma mãe para ele ou se continuaria para sempre naquela rotina.

10 - Teu jogo favorito e porque: Star Wars: Rebellion, um grand strategy multiplayer que passei muitas horas de minha pré-adolescência jogando com meu irmão. Começávamos a jogar sexta à noite, e ficávamos o final de semana inteiro naquilo, as vezes as partidas não acabavam e precisávamos adiar para o próximo final de semana. Foi muito marcante aquela época. Eu quando migrei para o pc, vinda dos consoles, joguei muito RTS, chegando a jogar no cenário competitivo, Starcraft, Warcraft, Age of Empires, entre outros. Eu e meu irmão, jogávamos muitas coisas juntos, ele sempre me vencia nos jogos de corrida e luta e eu nos RTS. Quando descobrimos SW: Rebellion, ficamos viciados e jogamos por diversas vezes várias campanhas e sempre foi um jogo equilibrado entre nós dois. Sem dúvida o que mais "perdemos" horas jogando.

11 - Alguma série (ou séries) favoritas? Por que? Não sou muito de acompanhar séries, foram poucas que efetivamente assisti do começo ao fim, prefiro documentários, e se fosse para sugerir um, seria Cosmos, tanto a versão original, quanto a nova. Mas tiveram algumas séries que me marcaram minha infância e adolescência, como Full House, Step by Step, que acompanhei ainda na pré-adolescência, e um pouco mais tarde, Friends, Seinfield e o programa de comédia Who's line is is Anyway.

12 - Um quadrinho que tu goste. Por que? Cresci lendo mais livros que quadrinhos, por uma época em minha infância, ganhei uma assinatura da Abril das HQs do Homem-Aranha, mas pouco lia, não é um hobby que me prenda.

13 - Alguma dica para quem está transicionando de gênero? Não tenha medo, sim é difícil, sim tem muitos obstáculos, problemas, mas o prazer de ser quem você realmente é, a felicidade de viver sua vida de verdade, é muito melhor que qualquer problema que possa aparecer. Procure ajuda de pessoas que passaram por isso, eu mesma sempre recebo e tento o melhor para ajudar pessoas trans que aparecem em minha live, pelo menos em minha experiência, muitas pessoas trans, estão dispostas a ajudar outras que acabam se descobrindo parte da sociedade.

14 - Alguma dica para quem está começando a fazer stream de games? Não ache que é fácil, muito menos que é apenas abrir jogos e jogar por diversão. Viver de stream é trabalhoso, muitas vezes precisamos jogar o que não queremos, e o que queremos não se torna atrativo para o público. Aprendi que existem dois tipos de streamers, Showman e Pro-Players. O primeiro não é excelente em nenhum jogo, mas entretêm sua audiência com sorrisos, é divertido, comunicativo, o segundo é muito bom no jogo que joga e atrai sua audiência por suas capacidades. Independente do que for, saiba que é um mercado saturado, é complicado, eu estou no ramo a quase 4 anos e ainda não me firmei totalmente, mas alguns, lógico, tem sorte e ou capacidade de fazer isso num período muito mais curto. Para mim, infelizmente demorou e para a grande maioria demora também, não largue seu emprego, nem seu estudo totalmente, comece como diversão, hobby, e se perceber que seu crescimento é maior que a média dos outros, ou se destacou por algo, aí sim é o momento para investir nisso totalmente. Só tome cuidado para não tornar sua paixão em obrigação e com isso, perder o ímpeto na profissão.

15 - Um recado final aos leitores: Obrigada a todos que fizeram parte desses 4 anos de live e todos que futuramente virão e farão. Obrigada Lady Trotsky pela entrevista e pelo carinho, e por mais que seja uma frase clichê, lutem por seus sonhos! É difícil, tem problemas e obstáculos, e sim, as vezes algumas coisas não podem ser alcançadas, infelizmente, mas somos seres adaptáveis, nem sempre é exatamente como queremos, mas ainda assim tem como ser prazeroso!

Sobre Renata Cezimbra

Brasileira e gaúcha com os dois pés e muita imaginação na região do Prata, pois é lá que começa o universo dos Vampiros Portenhos. Onde convergem os vórtices das mais férteis referências de uma dama teimosa, que aprecia pitadas de cultura pop, referências underground e coisas do arco da velha.

Você também pode gostar:

0 comentários:

Postar um comentário